Aldeias Avieiras

De vez em quando gosto de sair de carro pelo nosso Portugal, à descoberta de novos sítios, num destes passeios fomos até as Aldeias avieiras, no Tejo, as que visitámos ficam perto de Santarém.

Uma coisa que me intrigava era o nome, se por um lado Avieiras me fazia lembrar aves, por outro lado o que constava nas fotografias e nas reportagens que vi sobre o assunto, eram barcos, mas nunca olhei com grande atenção essas reportagens que diziam serem aldeias de pescadores.... então porquê avieiras....

É que este termo vem dos pescadores oriundos da Vieira de Leiria, que durante os meses de inverno vinham em direcção ao Tejo e ao Sado para ganhar o seu sustento, regressando depois à sua terra. A cultura avieira teve origem no início do século passado.

Caracterizados pelo escritor Alves Redol como “nómadas do rio”, alguns destes pescadores estabeleceram-se em comunidades piscatórias junto às margens do rio, dando origem às aldeias avieiras. 
Em 2012 foi fundada a Associação para a Promoção da Cultura Avieira e existe um projecto de candidatura da cultura avieira a Património Imaterial da UNESCO. 






As mais conhecidas são talvez  Palhota e Escaroupim, e foi estas que visitámos.
Para além destas, Caneiras, Lezirão, Patacão, Porto da palha, Povoa de Santa Iria fazem também parte da lista.


A palhota fica situada na freguesia de Valada, concelho do cartaxo, foi nesta aldeia que viveu o durante alguns meses o escritor Alves Redol, que descreveu a vida dos pescadores nestas aldeias.




As casas foram originalmente construídas sobre estacaria, por causa da subida das águas do rio, agora  já estão recosnstruidas em cima de pilares de cimento altos.



Esta aldeia está hoje quase ao abandono, vivendo ainda duas ou três famílias, as outras casas estão fechadas e algumas, os seus donos moram por ali perto e ainda as mantêm habitáveis, como é o caso de um senhor que nos fez uma pequena visita guiada, nos contou um pouco da história das aldeias e inclusive nos mostrou a casa dele onde passa pequenas temporadas, principalmente no verão.


A outra aldeia que visitámos foi Escaroupim, uma aldeia maior, onde ainda habitam muitas pessoas, com mais actividade, e onde há uma notória reabilitação das casas já para turismo.
Tem um bom restaurante, a casa do avieiro, para se visitar e perceber como eram organizadas aquelas casinhas tão pequenas.


 Será que me posso sentar e dar uma voltinha











Nesta nota-se também uma maior actividade de barcos também para turismo, os cais típicos, também eles em estacaria formam uma trama de estacas no rio, com muitos barcos parados para pequenos passeios.







Uma zona residencial grande, onde ainda há muitas casas tipicas no meio de outras mais "modernas"




Um passeio muito interessante, diferente do habitual, no verão é bom aproveitar para fazer um passeio de barco, passa pelas diversas aldeias e leva os turistas a ver as muitas aves que habitam nas margens do rio.

Para dormir nestas aldeias não há grande oferta, mas existem alguns bons hotéis na região, no Cartaxo ou em Salvaterra de Magos o Booking encontrou estas boas opções.

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